A cachamorra está associada ao ofício de pastor. Trata-se de uma vara de madeira, geralmente de oliveira esculpida pelo próprio pastor, que lhe dava a forma desejada. Dependendo da sua configuração e do tipo de gado que o pastor guardava assim era a designação do objeto.
Partindo de um alguidar de barro, objeto comum do quotidiano de outros tempos, Georgina Sardinha e Clarisse Chilrito conduzem-nos numa viagem pelas memórias ligadas a este objeto que inevitavelmente se cruza com o fabrico de pão.
O depoimento de Jacinto Rocha-Alta remete-nos para as memórias associadas ao arneiro e ao ofício de moleiro, o qual foi durante muitas décadas o seu modo de subsistência e o de muitos trabalhadores dos moinhos do Guadiana.
João Chilrito, habitante da Luz, aprendeu o ofício de cadeireiro observando os homens mais velhos que o praticavam, como o seu pai e o seu avô, numa época em que todos os homens faziam cadeiras. Afirma que cada artesão tinha uma forma própria de fazer cadeiras, funcionando como uma assinatura que permite reconhecê-las “onde quer […]
A tarrafa associa-se às memórias do ofício do fabrico de redes de pesca, às artes de pesca e à paisagem ribeirinha. Com a submersão da antiga aldeia e a criação do lago de Alqueva, houve uma inevitável alteração das tipologias de arte piscatórias até então características do Guadiana. A arte do fabrico de redes de […]
A lancheira era utilizada para transportar a merenda para os trabalhos da lavoura agrícola, pelo que este objeto nos remete para a vida do campo, nomeadamente para a hora da refeição – um momento ritual de reforço das relações sociais entre os trabalhadores.
O grande tacho de zinco de Josefa Rosa era o maior da aldeia, motivo por que era emprestado a toda a comunidade para fazer os ensopados de borrego em momentos festivos, nomeadamente casamentos e batizados.
Ermelinda Godinho fala-nos sobre o pote de caiação, elemento que evoca o universo de práticas eminentemente femininas, desde o seu uso nas cerimónias do casamento ao universo funcional e simbólico da prática da caiação, encarada como uma extensão do espaço doméstico para o exterior.